Mês do Rock

Confira uma lista das músicas que moldaram o gênero (lançado periodicamente, em partes)

Entrevista: Vitor Pirralho

O Ouvido Interativo entrevistou um dos artistas mais inventivos de Alagoas, confira!

Biografia: Djavan

Da boca do beco ao azul, a vida e obra de um dos gigantes da MPB

Grandes ÁLbuns: Led Zeppelin IV

Conheça um dos maiores álbuns da história do rock aqui no Ouvido Interativo!

Vídeos - Tributos aos Temas do Super Mario!

Matéria especial para matar a saudade de um dos maiores games que já existiram!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Simon & Garfunkel - Sounds of Silence

     A música folk se eternizou por gerar belas canções, em exemplos que variam da doçura poética à letras afiadas, politizadas e satíricas. A cada ano, ressurge em novas roupagens e atrai multidões ao show de artistas do gênero, tais como Bob Dylan e Simon & Garfunkel.
     Nesta versão de Sounds of Silence, datada de 2009, 45 anos após ter estreado no álbum Wednesday Morning, Simon & Garfunkel executam a música perfeitamente, arrancando uma reação que varia do silêncio total à comoção visceral do público presente. A sensação que se tem quando a música acaba é que ela mal começou e ouvi-la de novo vira quase que obrigação. Uma música triste, soturna, mas de beleza ímpar, que mostra que duas vozes bem usadas podem parar o mundo por alguns minutos.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Vem ai o Maionese 7!

     

     Atenção amantes da música alternativa! Para felicidade geral da nação, vem ai o Maionese 7, que está melhor do que nunca! Neon Night Riders, Morcegos, Eek, entre outras bandas, inclusive de fora do estado, vão transformar os dias 13 e 14 de maio em um fim-de-semana para ser lembrado. Segue um breve histórico baseado no release do festival, enviado pelo pessoal da Popfuzz (que, desde já agradeço imensamente!):   

    Nascido do esforço de jovens músicos alagoanos, com o intuito suprir um pouco da escassa cena musical local e criar um espaço onde suas bandas pudessem se apresentar, o Festival Maionese já é uma referência da música alternativa no estado.
     A primeira edição foi realizada na noite de 15 de outubro de 2005 e contava com as bandas Super Amarelo, Dynãmis, 32 Dentes e as convidadas MIDI e Diamante Mágico. O público respondeu bem, lotando o evento e mostrando que esse esforço inicial tinha valido a pena, o que estimulou os organizadores à realização de outros eventos.
     Com o primeiro festival, dá-se início à criação da cena autônoma de música no estado. Tem início também, o selo Popfuzz, que viria a se tornar Coletivo Popfuzz. Assim, desde 2005 o evento vem sendo realizado, crescendo a cada edição e se consolidando como o único evento anual da música independente em Alagoas.
     Desde o início do Maionese, os organizadores buscaram interagir com o público, que inclusive podia criar um cartaz para o evento, divulgado então no fotolog do festival. A partir da terceira edição deste, os organizadores decidiram colocar mais um palco e incorporaram novas artes, como fotografia, artes plásticas, apresentações teatrais e exibição de curtas. O festival também passou a ter outros atrativos, como a banca de camisetas e o karaokê. Tudo feito com o objetivo de disponibilizar uma gama maior de atrativos para o público, bem como criar uma integração maior entre as artes e promover outras formas de expressão artística, que também ansiavam por poder mostrar suas produções.
     Em 2009, O Maionese 5 contou com atrações vindas de fora do estado, como as bandas Sex on the Beach, da Paraíba, Mellotrons, de Pernambuco, e Snooze, de Sergipe. Aproximadamente mil pessoas compareceram ao evento, que teve como principal atração a volta da banda alagoana Mopho.
     O Maionese 6, realizado em 2010, foi um marco na história do festival, Pela primeira vez aconteceram dois dias de shows, que somandos levaram 20 bandas aos palcos. Além das bandas alagoanas, tivemos o prazer de receber conhecidos nomes do cenário indie brasileiro, como Pale Sunday (SP), Lê Almeida (RJ), Calistoga (RN) e muitos outros. O festival contou ainda com um ciclo de palestras, oficinas e debates voltados para a cultura independente.
      Quer saber quais as atrações da 7ª edição do festival? confira na íntegra, direto do site do coletivo Popfuzz clicando AQUI.
   
     Parabéns ao coletivo Popfuzz pela iniciativa, que o festival cresça cada vez mais e se torne referência no Nordeste. Vocês merecem!

Coletivo Popfuzz na web:

Site do coletivo Popfuzz: http://popfuzz.com.br
Twitter: @popfuzzrec

O Festival:

Local: Armazém Usina, Jaraguá
Data: dias 13 e 14 de Maio
Ingressos antecipados: um dia: R$12, dois dias R$20.
Ingressos na hora: R$15 por dia.
Compra antecipada por e-mail:
Você poderá comprar o seu ingresso através do email festivalmaionese@gmail.com, seguindo essas instruções:
1. Envie um e-mail com o título “Ingresso Maionese 2011” contendo Nome, RG e telefone do responsável pela compra, e informando a quantidade de ingressos referentes a cada dia do festival que deseja adquirir.
2. Em seguida, responderemos o email com informações sobre a conta bancária a ser feito o depósito com o valor da compra.
3. Efetuado o depósito, envie o comprovante em anexo através do mesmo e-mail.
4. Por fim, enviaremos um código para retirada dos ingressos diretamente na bilheteria do festival.
5. No dia do evento, o responsável pela compra, mediante apresentação do código fornecido e documento de indentificação, poderá retirar os ingressos na bilheteria do festival.
6. Agora é só curtir o show!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Educação Auditiva Já!

     Ao discutir gosto musical, frequentemente, ouve-se alguém protestar "isso não é música!" ou "essa música é ruim!", frase essa que geralmente é seguida por horas de discussão. De um lado, os "anti - rádio", que dizem que a música de verdade morreu na década de 70 e que hoje a música é uma ofensa. Do outro, os "pró-o-que-tocar-no-rádio", que defendem que a música de fora não deve ser supervalorizada, e que gostam de música que "dê para dançar". Porque esse fenômeno ocorre?  Em parte, ocorre porque existem letras fabricadas "para consumo", tanto no Brasil quanto em qualquer outro país do mundo, que se sustentam em trocadilhos ou frases engraçadas e viram moda por dois meses, prazo em que uma nova música - produto nasce, fútil, sem expressão e, por isso mesmo, sem arte.
    Deixando a letra de lado e, por enquanto, focando nos aspectos musicais, o que faz uma música ser boa ou ruim? Parece ser fácil responder, mas não o é! Aliás, para começarmos a entender como responder a pergunta, precisamos primeiro responder a uma outra, feita por Murray Schaffer, que parece igualmente fácil, mas também não o é:  


- O que é música?
  
     O primeiro conceito que vem à mente é "música é som!". Sim, música é som, mas o silêncio, antagônico ao som, também é elemento criador na música. Cabe aqui, portanto, deduzir "então, música é som e silêncio!". Parece correto, mas nem tudo que soa ou não soa é música. Questione-se: Ao pegar um ônibus, a enxurrada de sons e silêncios que ouvimos é uma obra musical?   
     Certamente não! seriam sons não musicais, ruídos. 

- E o que diferencia a música dos sons não - musicais? 
      
     Chegamos então a um ponto chave na compreensão do conceito: É possível fazer música batendo ritmicamente numa lata de lixo? o "sim" ou o "não" já não nos aparece de forma tão segura... há quem responda "não, pois a lata de lixo não tem uma altura (nota) definida, o que a torna um ruído!". Mas, será que todos os intrumentos musicais a tem? O timpano, a caixa de uma bateria e outros instrumentos percussivos têm alturas definidas? Não, não têm! 

- Então, o que diferencia o ruído do som musical sem altura definida? 

A resposta seguinte é o divisor de águas no entendimento do que é música: intenção!
     Sim, qualquer material pode ser utilizado para fazer música, desde que o som seja obtido de forma a causar uma impressão artística no ouvinte e não como mero acaso (ao esbarrar em um violão, o som produzido não é música, somente por ter saído de um instrumento músical!). Portanto, a reposta para o questionamento de Schaffer é:

Música é uma organização de sons (ritmo, melodia, etc.) e pausas, com a intenção de ser ouvida como arte!

Obs.: O tema é bastante extenso, portanto, vamos evitar ramificá -lo em conceitos de como perceber a arte, o que é cultura, etc. Por ora, vamos nos concentrar somente na definição acima.

 
     Ouça a peça abaixo. Veja se você a reconhece:
 


    Ora! todos nós conhecemos esta melodia! é a Marcha Turca, de Mozart. Porém, tendo em vista que o pianista utiliza-se das duas mãos para tocar e somente uma faz a melodia, podemos questionar: o que está tocando a outra mão? Ouça de novo, desta vez, tente captar todos os sons da música (observar as mãos do pianista facilita a assimilação). Agora ouvir já parece ser um pouco mais complicado, não? Se ainda estiver ouvindo, pause o vídeo: você ouve algum som  (carros, barulho de vento, árvores, tv, o cooler do computador trabalhando, ar condicionado, o som da sua respiração, etc.)? Você os estava ouvindo ao começar a ler esta matéria?
    Pode parecer estranho, mas imagine uma pessoa que vê tudo desfocado e em preto-e-branco: essa é, comparativamente, a forma como uma pessoa não educada musicalmente ouve. É lógico que nunca admiraremos a beleza do verde de uma grama ao vermos em preto-e-branco, do mesmo jeito que não veremos a riqueza de detalhes na casca de uma árvore ao vermos embaçado.
     Temos facilidade de enxergar várias informações, como a poluição de cores de um centro urbano com facilidade, pois fomos treinados para isso. Leituras, trabalhos visuais com colagens, desenhos, etc. são constantes na educação. Assim, uma criança com poucos anos já distigue dois tons de vermelho e, facilmente, aponta qual o mais escuro, qual o mais "vivo", etc. Vemos o mundo, no entanto, não o ouvimos, acabamos involuntariamente nos acostumando a escutar seletivamente, e ignorar todo o resto.
     Vamos levar nosso treino auditivo um passo adiante. A seguir, temos a Invenção à Duas Vozes, em C maior, de Johann Sebastian Bach. Tente Acompanhar as duas melodias que ocorrem ao mesmo tempo:






     Um pouco mais complicado, não é? Tentamos expandir nossa audição, equanto esta parece resistir e focar em uma só melodia. Imagine agora ouvir violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, flautas, clarinetes, oboés, fagotes, trompetes, trompas, trombones, tubas e etc. fazendo melodias diferentes ao mesmo tempo. Interessou? Então, clique aqui e ouça uma música - tutorial para orquestra, altamente recomendada para os que querem entender melhor como a música erudita funciona e treinar sua audição.
     Chegamos, portanto, a conclusão de que, musicalmente falando, a música tida como "ruim" é, meramente, a música "simples", tão artística quanto a mais elaborada das peças musicais, mas feita com pouca informação sonora, para que ouvidos não tão exigentes possam apreciar. Para um músico, que está em contato constante com o som, uma música pobre é como um quadro uniformemente verde. Não há muito para se extrair dela. Já estilos como o Jazz, Rock, Chorinho, Música Erudita e etc. são ricos em informações e, quando apreciados em sua totalidade sonora, emocionam e elevam muito mais os ouvintes. 
    

- E porque só as músicas simples têm letra ruim?
 
     Isso não é verdade, existem letras horríveis em músicas magnificamente ricas, porém, as músicas simples são mais fáceis de ganhar o apreço das massas, que não possuem educação musical e, portanto, tais músicas são "alvos mais fáceis".

Tal fenômeno pode ser verificado se olharmos os seguintes fatos:
     

1) O Rap, o Punk e o Reggae são exemplos de estilos que surgiram de classes pobres, que não possuíam educação musical e, na maioria dos casos, visavam divulgar uma mensagem politizada nas letras de suas músicas, não precisando, portanto de uma música complexa para tal. Por terem conteúdo musical de fácil assimilação, foram, em parte (felizmente, encontramos grande resistência à massificação, que permanece sincera, sendo responsável pelo crescimento da música independente), moldados pela mídia. Eis o que aconteceu com tais partes destes estilos após sua industrialização:

- O Rap industrializado ostenta carros, medalhões do tamanho de um relógio de parede, mulheres semi-nuas dançando e letras extremamente pornográficas.
- O Punk industrializado virou emo, esqueceu a anarquia dos Sex Pistols e a mensagem que divulgavam. Agora, prefere falar de amor e corações adolescentes partidos.
- O Reggae industrializado virou o hit de surfistinhas e playboys. Também ignoram as mensagens politizadas de Bob Marley, The Gladiators, Steel Pulse e cia.

2) Um dos outros estilos populares que surgiram foi o Jazz. O que aconteceu com ele?

- Nada! Por ser um estilo com muita informação sonora, o jazz não conseguiu ser afetado e industrializado. Permanece sincero e atemporal (como o Blues, o Chorinho, o Frevo, etc.), como toda música rica deve ser.

- Porque apreciar tanto a música de fora? escuto a música daqui porque a entendo! 


     Será que a música que você escuta é daqui somente por ser cantada em português? Será q a música de Jota Quest, por exemplo, é brasileira, ou o pop rock é americano?
Será que entender a letra de uma música é entendê-la por inteiro? Será que, sequer, uma música precisa de letra para ser música? O Chorinho, o Frevo, o Xote, a MPB e o Samba de Raíz são exemplos magníficos de música
genuinamente brasileira, que devem ser ouvidas com orgulho!
 
 - Mas eu vou para um show para dançar!

  
     Exato! exatamente pela música e pela audição simples da platéia, a música parece ser mais "dançante", quando na verdade, são simplesmente mais fáceis de entender. Tome como exemplo a música Techno, que é, basicamente uma batida grave constante. Ao movermos o corpo, temos a sensação de já estarmos dançando. Tome agora o Samba como exemplo, que é bem mais rico e pense: "É tão fácil dançar Samba quanto é dançar techno?" Não, pois um ouvido mal preparado pode não entender aquilo que ouve, dificultando os passos em sincronia com a música. Esta é a razão pela qual vemos cursos de Jazz, Ballet (que dança, dentre outros estilos, a Música Erudita), Tango, etc. Para que possamos entender melhor o ritmo e, assim, dançarmos. 

- E como desenvolver a audição?
  
     Ouvir, e não meramente escutar! ouvir criticamente, tentar coletar o máximo de informação sonora, seja com música ou, por exemplo, em um ônibus cheio de passageiros e ruídos. 

- Mas se eu ouvir tudo, vou enlouquecer! 

     Não, não vai. Podemos assimilar muito mais do que pensamos que somos capazes. No entando, o fato traz a tona os resultados de pesquisas recentes: a grande maioria das pessoas no mundo perdem a fala e a audição por falta de educação auditiva!        
     Constantemente, os sons ultrapassam a barreira de decibéis para que possam ser ouvidos sem danificar a audição. Como consequência, não é raro encontrarmos pessoas gritando umas para as outras na rua, por não se escutarem.
 

- E para que estudar os sons em um mundo que já é tão barulhento? 

     Porque é estudando os sons que iremos aprender que o mundo pode ser bem mais silencioso. É por essa razão que a música é matéria obrigatória em vários países desenvolvidos (e para minha extrema surpresa, o techno - forrozeiro Frank Aguiar (AU!) trouxe esta obrigatoriedade para as escolas brasileiras, que já estão em fase de adaptação), pois servem não somente como arte, mas como elemento de desenvolvimento deste importante sentido que vem sido ignorado a tanto tempo!
     Ainda irá demorar, mas um dia, o Brasil, país das diversidades e dono da cultura mais linda do mundo, vai aprender a escutar a verdadeira música, sem influências, sem barreiras, sem rótulos e sem prazo de validade...pura e simplesmente arte.

Benjamin Britten - O Guia dos Jovens Para a Orquestra, Op.34



     Datada de 1946, esta genial peça escrita por Benjamin Britten utiliza-se de variações em um tema de Henry Purcell para criar uma música - tutorial, que inicia com um tema principal e, em seguida, vai "passeando" por naipes e instrumentos orquestrais.
    Para que possamos conhencer melhor a peça abaixo, vamos primeiro expor quais os naipes da orquestra e quais instrumentos os compôem. Naipes são determinados nichos de instrumentos que tem características em comum:

  • Cordas - Violinos, Violas, Violoncelos e Contrabaixo. Instrumentos como Piano e Harpa não são utilizados em via de regra, mas também pertencem à este naipe.
  • Madeiras - Flautas, Oboés, Clarinetas e Fagotes. Também são utilizadas variações de flautas, como o Flautim, bem como o Clarone (clarineta mais grave) e até o Contrafagote.
  • Metais - Tompas, Trompetes, Trombones, Tubas. Também podem ser utilizadas variações destes instrumentos.
  • Percussão - Tímpano, Pratos, Caixa, Xilofone, Metalofone, Pandeiro, etc. Enfim, qualquer instrumento percussivo pode ser utilizado neste naipe.
     Agora, vamos conhecer a peça e seus pontos importantes, citados abaixo de cada vídeo, seguindo a linha temporal:

VÍDEO 01




  • 0:01 - Exposição do tema principal, que tornará a aparecer em outros pontos da peça;
A partir deste ponto, a peça começa a circular entre os naipes da orquestra:
  • 0:23 -  O primeiro naipe a ganhar foco é o das madeiras;
  • 0:46 - O foco da peça parte para o naipe dos metais;
  • 1:07 - Utilizando-se de uma passagem sombria, o tema principal reaparece brevemente no naipe das cordas;
  • 1:24 - A percussão se sobressai, fechando a passagem pelos naipes;
  • 1:42 - Após um dramático efeito de crescendo, o tema principal retorna com força total.
Após o tema principal, o foco da peça volta a circular. Desta vez, salta de instrumento em instrumento:
  • 02:02 - Em um tema gracioso, de notas saltitadas, a flauta e o flautim passam a ser protagonistas na peça;
  • 02:34 - Em uma passagem fluente e calma, o timbre anasalado e penetrante do oboé ganha foco;
  • 03:36 - Ponteadas por notas graves, a clarineta exibe uma melodia fluente e ágil, que usa de notas arpejadas para explorar as diferentes cores de seus timbres em sua extensão;
  • 4:20 - Em um tema com um quê atrapalhado, os fagotes entram na melodia principal;
  • 5:11 - Já no naipe das cordas, a peça passa a utilizar-se de toda a agilidade que os violinos possuem, em uma melodia rápida, fluente e viva;
  • 5:44 - De timbre um pouco mais fechado que seu antecessor na peça, a viola aparece pontuada por outros instrumentos, em uma melodia suave; 
  • 6:46 - O violoncelo aparece em um tema melancólico, que mostra seu apelo timbrístico;
  • 7:45 - Com ritmo da peça acelerando, o contrabaixo aparece em uma linha melódica que começa tensa, mas desemboca em notas espassadas e calmas.

VÍDEO 02:


  • 0:30 - Finalizando o naipe das cordas, a harpa aparece com seu som angelical, assistida por corda e percussão;
  • 1:18 - Iniciando o naipe dos metais, a trompa tem sua vez;
  • 2:05 - O trompete inicia sua veloz melodia assistido pela percussão;
  • 2:32 - O tema do trombone, pesado e heróico, aparece. Um ponto curioso acontece aos 2:47, onde a tuba aparece brevemente, e a melodia retorna ao trombone;
O último "passeio" da música se dá, de novo, pulando pelos naipes. Desta vez, porém, os instrumentos aparecem de um em um, alcançando sua totalidade e pulando para o naipe seguinte:
  • 03:45 - O foco aparece no tímpano e vai se alastrando por toda a percussão;
  • 05:31 - Pulando para o naipe das madeiras, o flautim ganha voz, seguido gradativamente por cada instrumento do naipe;
  • 06:13 - É chegada a vez dos intrumentos de corda, que seguem o mesmo procedimento;
  • 06:56 - A melodia passa para o naipe dos metais e segue em um caos que vai tomando toda a orquestra;
  • 07:25 - Em meio ao caos absoluto, eis que o tema principal ressurge e, aos poucos, vai arrebatando a orquestra rumo a um final dramático, expresso bravamente em toda a sua potência sonora!

domingo, 10 de abril de 2011

Tommy Emmanuel - Somewhere Over The Rainbow

     Em uma versão do clássico filme O Mágico de Oz feita inteiramente no violão folk pela lenda do instrumento, Tommy Emmanuel. Tommy é o criador do efeito chamado harp harmonics, onde ele simula o som de um dedilhado de harpa misturando notas normais e harmônicos no violão (efeito utilizado no começo e no fim da música). Aos 2:15, o músico ainda demonstra a influência do Jazz na parte rítmica da música.
Uma obra prima, daquelas de ver e babar, que ajudam a entender a amplitude com que o violão e a guitarra podem ser utilizados.




sexta-feira, 8 de abril de 2011

Rostropovich - Dance of the Elves

     Mstislav Rostropovich é frequentemente apontado como o maior violoncelista do século XX. Nascido no Azerbaijão, mudou-se para Moscou quando criança e, durante sua vida, lutou por uma arte sem fronteiras, pelos direitos humanos e pela liberdade. Tal fato o levou à fuga de seu país e exílio nos EUA, onde se naturalizou.
     No vídeo, temos a impossível "Dance of the Elves", de David Popper. Uma execução impecável, de prender o fôlego até a cadência final, que arrebata por completo a platéia:


terça-feira, 5 de abril de 2011

Teoria Musical Básica 05 - "Noções Gerais de Compasso"

AULA 05


COMPASSO:

     O ritmo musical se estabelece organizadamente através da pulsação. Esta, na música, pode ser comparada aos batimentos do coração: Um coração saudável bate regularmente em tempos constantes que podem variar de acordo com mudanças no organismo, o que se percebe com facilidade ao se fazer um esforço físico ou tomar um susto. Cada batimento da música chamamos de tempo.
     Os tempos podem ser organizados em grupos uniformes de dois, três, quatro, cinco, etc. Cada agrupamento de tempos é representado na partitura através de barras verticais chamadas de barras de compasso.Sendo assim, compasso é o agrupamento dos tempos de uma música em porções iguais:



     Cada compasso é dividido por um traço vertical, chamado de travessão, ou barra de compasso. As barras de compasso podem ser:

 Barra de compasso simples - Separa um compasso do outro:



Barra de compasso dupla - Separa um trecho do outro:



Barra de compasso final – Marca o fim de uma música:


     
     Os compassos são divididos em três tipos, que abordaremos a seguir:


 05.1) COMPASSO SIMPLES:

     As fórmulas de compasso simples são aquelas cuja unidade de tempo podem ser representadas através figuras inteiras . São elas:
     Fórmulas de compasso binário - (2/2, 2/4, 2/8, etc.) Este tipo de fórmula de compasso é muito utilizado na música brasileira, como samba, chorinho, bossa nova, etc. 
     Fórmulas de compasso ternário - (3/2, 3/4, 3/8, etc.) Este tipo de fórmula de compasso é utilizado, dentre outras, em valsas.
     Fórmulas de compasso quaternário - (4/2, 4/4, 4/8, etc.) Estas fórmulas de compasso são as mais utilizada na música ocidental, principalmente em rock, pop rock, MPB, etc.



Compassos simples: quaternário, ternário e binário.


05.2) COMPASSO COMPOSTO:

    Os compassos compostos são aqueles cuja unidade de tempo é dividida por três, sendo representada por uma figura pontuada. São eles:



    Compasso binário composto – 6/4, 6/8, 6/16, etc. (6 dividido por 3 = 2):


    Compasso ternário composto – 9/4, 9/8, 9/16 etc.(9 dividido por 3 = 3):



Compasso quaternário composto – 12/4, 12/8, 12/16 etc. (12 dividido por 3 = 4):



     Como podemos ver, cada compasso simples tem seu equivalente composto, a única coisa que muda é a divisão de seus tempos. Chamamos tais compassos de compassos equivalentes.


5.3) COMPASSO MISTO:

     O compasso misto é a união de dois ou mais compassos diferentes. São eles:   
- O de 5 tempos (2/4 + 3/4 ou 3/4 +2/4);
- O de 7 tempos (3/4 + 4/4 ou 4/4 + 3/4);
- O de 9 tempos (2/4 + 3/4 + 4/4, em qualquer ordem).
     
     À união de dois ou mais compassos compostos, chamamos o compasso de misto composto:
- 15 tempos (6/8 + 9/8 ou 9/8 + 6/8);
- 21 tempos (9/8 + 12/8 ou 12/8 + 9/8);
- 27 tempos (6/8 + 9/8 + 12/8, em qualquer ordem).

Teoria Musical Básica 04 - "Sobre Tons e Semitons"

AULA 04

TONS E SEMITONS

    No diagrama de piano acima, temos as notas musicais. É possivel observar que somente uma tecla separa as notas 'E' e 'F', bem como 'B' e 'C', chamamos esta distância entre as notas de semitom. O semitom é a menor distância entre duas notas na música ocidental. Nas demais notas, temos uma distância de dois semitons (duas teclas), distância que chamamos de tom.

ACIDENTES:

   Como podemos perceber acima, nos intervalos de um tom, temos as notas pretas no diagrama, são as notas com acidentes:
 

     Temos, portanto, a seguinte sequência:
    A) Da esquerda para a direita (do grave para o agudo): Temos o sustenido (#)
C   C#   D  D#  E  F  F#  G  G#  A  A#  B   C
                   B) Da direita para a esquerda (do agudo para o grave): Temos o bemol (b)
C  B  Bb  A  Ab  G  Gb  F  E  Eb  D  Db  C

    As notas sustenizadas sofrem o acescimo de meio tom, as bemolizadas, o decréscimo de meio tom. Deve-se observar que o intervalo entre as notas F e as notas B e C já é de meio-tom, portanto o E# é igual a F, e o Fb igual a E, bem como B# é igual a C     
     Na partitura, os acidentes aparecem de duas maneiras:

 
 Quando o acidente aparece junto à nota, ele é temporário, sendo considerado somente até o fim do compasso. No caso da melodia acima, o sol aparece como sustenido (#) no primeiro compasso, e natural no segundo.
 
Quando o acidente aparace logo após a clave, ele tem funcão permanente. Na melodia acima, qualquer nota fá que seja tocada será sustenizada, a não ser quando houver um sinal de anulação deste acidente.


    Temos também os acidentes dobrado sustenido (##), dobrado bemol (bb) e bequadro (\natural). Ao dobrado sustenido, acrescenta-se um tom à nota a que se refere e ao dobrado bemol, subtrai-se um. O bequadro serve para que o acidente seja neutralizado, voltando uma nota que era sustenizada ou bemolizada à sua condição natural.

Teoria Musical Básica 03 - "figuras de tempo: estrutura e duração"

AULA 03

FIGURAS DE TEMPO:


    Chamamos de figuras de tempo os símbolos que usamos com a finalidade de representar a duração de uma determinada nota, acorde ou mesmo pausa que executamos. São elas:
 

     Estas figuras têm suas durações na razão de 1:2 cada uma. Sendo assim, a semibreve possui a mesma duração de duas mínimas, a mínima dura o mesmo tempo que duas semínimas e assim por diante. Quanto menor o valor do item “Número Relativo”, mais tempo a figura dura, observe o diagrama abaixo:

    As figuras de tempo podem possuir em sua estrutura bandeirolas, haste e cabeça:
 

    É interessante notar que todas as figuras de tempo (de som) têm cabeça, mas nem todas tem haste e bandeirola. Também vale a pena notar que, a partir da colcheia, a única diferença entre as notas está no número de bandeirolas que elas possuem. Quando temos em uma pauta várias figuras com bandeirolas, normalmente unimos as bandeirolas em grupos, chamados de células rítimicas:
 
No exemplo acima, a semínima tem a mesma duração que a célula rítmica de colcheias e que a célula rítmica de semicocheias.


PONTO DE AUMENTO:


    O ponto de aumento acrescenta à nota a metade de seu valor. Assim, ao encontrarmos uma semínima pontuada, ela tem o valor de uma semínima mais o valor de uma colcheia: 

LIGADURA DE AUMENTO:


    É uma linha curva usada para  para unir duas ou mais notas, emite-se o primeiro som e os demais são prolongamentos do primeiro:
 
 comparação entre ligadura e ponto de aumento, apesar de escritas de forma diferente, os exemplos são executados de uma mesma forma.
     Também podemos encontrar uma ligadura ligando duas notas diferentes. Esta ligadura é chamada de ligadura de expressão e sua ocorrência significa que devemos tocar as duas notas ligadas (por exemplo, na guitarra, palheta-se somente a primeira nota).
 
Comparação entre ligadura de aumento e de expressão.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Joe Pass - Satin Doll

     Ser um mestre da guitarra é algo altamente difícil. Ser o mestre dos grandes mestres do instrumento é algo que somente um gênio conseguiria alcançar: um gênio como Joe Pass! No standard "Satin Doll", de Duke Ellington, Joe conduz o tema com chord melody divinamente, mostrando uma guitarra tão completa que se aproxima à execução de um piano. Algo altamente sofisticado, executado com uma simplicidade que somente este músico ímpar conseguiria alcançar:




Teoria Musical Básica 02 - "Fixando as Notas na Pauta"

AULA 02

FIXANDO AS NOTAS NA PAUTA:

    Para que possamos dar significado às ‘bolinhas’ que estão na pauta, precisamos da clave (termo que vem do latim e significa ‘chave’). É ela quem  irá indicar a altura certa para as notas que lá se encontram. A Clave de sol recebe este nome porque, através dela, podemos fixar a nota sol:
A clave de sol se origina da letra ‘G’ , cifra para a nota sol.

A clave de sol na pauta: sua origem está onde temos a nota sol.

    A clave de sol é uma das claves mais populares que existem. Violonistas (violão), violinistas (violino), flautistas e muitos outros intrumentistas utilizam-se dela para ler e escrever peças musicais para seus instrumentos. Porém, por causa da grande variedade de instrumentos, existem vários tipos de clave, para que possamos notar tanto sons mais graves como os de um contrabaixo quanto sons extremamente agudos como os de um flautim. Uma delas é a clave de fá, que serve para os sons graves:


A clave de fá se origina da letra ‘F’, cifra para a nota fá.

 
A clave de fá fixando a nota homônima na pauta.
A clave de sol e a clave de fá: no centro, o dó 3 (dó central), que está presente nas duas claves, em uma mesma altura.  

    Além das claves de sol e de fá, é possivel encontrar partituras escritas na clave de dó. Esta clave abrange a região mediana, sendo utilizada por instrumentos como a viola.


 
 A clave de dó se origina da letra ‘C’, cifra para a nota dó.

     
 Na clave de dó, a nota homônima fica centralizada na pauta.