quarta-feira, 13 de abril de 2011

Benjamin Britten - O Guia dos Jovens Para a Orquestra, Op.34



     Datada de 1946, esta genial peça escrita por Benjamin Britten utiliza-se de variações em um tema de Henry Purcell para criar uma música - tutorial, que inicia com um tema principal e, em seguida, vai "passeando" por naipes e instrumentos orquestrais.
    Para que possamos conhencer melhor a peça abaixo, vamos primeiro expor quais os naipes da orquestra e quais instrumentos os compôem. Naipes são determinados nichos de instrumentos que tem características em comum:

  • Cordas - Violinos, Violas, Violoncelos e Contrabaixo. Instrumentos como Piano e Harpa não são utilizados em via de regra, mas também pertencem à este naipe.
  • Madeiras - Flautas, Oboés, Clarinetas e Fagotes. Também são utilizadas variações de flautas, como o Flautim, bem como o Clarone (clarineta mais grave) e até o Contrafagote.
  • Metais - Tompas, Trompetes, Trombones, Tubas. Também podem ser utilizadas variações destes instrumentos.
  • Percussão - Tímpano, Pratos, Caixa, Xilofone, Metalofone, Pandeiro, etc. Enfim, qualquer instrumento percussivo pode ser utilizado neste naipe.
     Agora, vamos conhecer a peça e seus pontos importantes, citados abaixo de cada vídeo, seguindo a linha temporal:

VÍDEO 01




  • 0:01 - Exposição do tema principal, que tornará a aparecer em outros pontos da peça;
A partir deste ponto, a peça começa a circular entre os naipes da orquestra:
  • 0:23 -  O primeiro naipe a ganhar foco é o das madeiras;
  • 0:46 - O foco da peça parte para o naipe dos metais;
  • 1:07 - Utilizando-se de uma passagem sombria, o tema principal reaparece brevemente no naipe das cordas;
  • 1:24 - A percussão se sobressai, fechando a passagem pelos naipes;
  • 1:42 - Após um dramático efeito de crescendo, o tema principal retorna com força total.
Após o tema principal, o foco da peça volta a circular. Desta vez, salta de instrumento em instrumento:
  • 02:02 - Em um tema gracioso, de notas saltitadas, a flauta e o flautim passam a ser protagonistas na peça;
  • 02:34 - Em uma passagem fluente e calma, o timbre anasalado e penetrante do oboé ganha foco;
  • 03:36 - Ponteadas por notas graves, a clarineta exibe uma melodia fluente e ágil, que usa de notas arpejadas para explorar as diferentes cores de seus timbres em sua extensão;
  • 4:20 - Em um tema com um quê atrapalhado, os fagotes entram na melodia principal;
  • 5:11 - Já no naipe das cordas, a peça passa a utilizar-se de toda a agilidade que os violinos possuem, em uma melodia rápida, fluente e viva;
  • 5:44 - De timbre um pouco mais fechado que seu antecessor na peça, a viola aparece pontuada por outros instrumentos, em uma melodia suave; 
  • 6:46 - O violoncelo aparece em um tema melancólico, que mostra seu apelo timbrístico;
  • 7:45 - Com ritmo da peça acelerando, o contrabaixo aparece em uma linha melódica que começa tensa, mas desemboca em notas espassadas e calmas.

VÍDEO 02:


  • 0:30 - Finalizando o naipe das cordas, a harpa aparece com seu som angelical, assistida por corda e percussão;
  • 1:18 - Iniciando o naipe dos metais, a trompa tem sua vez;
  • 2:05 - O trompete inicia sua veloz melodia assistido pela percussão;
  • 2:32 - O tema do trombone, pesado e heróico, aparece. Um ponto curioso acontece aos 2:47, onde a tuba aparece brevemente, e a melodia retorna ao trombone;
O último "passeio" da música se dá, de novo, pulando pelos naipes. Desta vez, porém, os instrumentos aparecem de um em um, alcançando sua totalidade e pulando para o naipe seguinte:
  • 03:45 - O foco aparece no tímpano e vai se alastrando por toda a percussão;
  • 05:31 - Pulando para o naipe das madeiras, o flautim ganha voz, seguido gradativamente por cada instrumento do naipe;
  • 06:13 - É chegada a vez dos intrumentos de corda, que seguem o mesmo procedimento;
  • 06:56 - A melodia passa para o naipe dos metais e segue em um caos que vai tomando toda a orquestra;
  • 07:25 - Em meio ao caos absoluto, eis que o tema principal ressurge e, aos poucos, vai arrebatando a orquestra rumo a um final dramático, expresso bravamente em toda a sua potência sonora!

1 comentários:

É impressionante! Como pode alguém compor uma peça sinfonia tão cheia de detalhes mas que ao mesmo tempo todos podem aparecer nitidamente! Ainda que tenhamos os céticos de plantão por ai, para mim só reforça a ideia de que Deus é quem inspira e inspirou intimamente cada um desses compositores.

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