quarta-feira, 13 de abril de 2011

Educação Auditiva Já!

     Ao discutir gosto musical, frequentemente, ouve-se alguém protestar "isso não é música!" ou "essa música é ruim!", frase essa que geralmente é seguida por horas de discussão. De um lado, os "anti - rádio", que dizem que a música de verdade morreu na década de 70 e que hoje a música é uma ofensa. Do outro, os "pró-o-que-tocar-no-rádio", que defendem que a música de fora não deve ser supervalorizada, e que gostam de música que "dê para dançar". Porque esse fenômeno ocorre?  Em parte, ocorre porque existem letras fabricadas "para consumo", tanto no Brasil quanto em qualquer outro país do mundo, que se sustentam em trocadilhos ou frases engraçadas e viram moda por dois meses, prazo em que uma nova música - produto nasce, fútil, sem expressão e, por isso mesmo, sem arte.
    Deixando a letra de lado e, por enquanto, focando nos aspectos musicais, o que faz uma música ser boa ou ruim? Parece ser fácil responder, mas não o é! Aliás, para começarmos a entender como responder a pergunta, precisamos primeiro responder a uma outra, feita por Murray Schaffer, que parece igualmente fácil, mas também não o é:  


- O que é música?
  
     O primeiro conceito que vem à mente é "música é som!". Sim, música é som, mas o silêncio, antagônico ao som, também é elemento criador na música. Cabe aqui, portanto, deduzir "então, música é som e silêncio!". Parece correto, mas nem tudo que soa ou não soa é música. Questione-se: Ao pegar um ônibus, a enxurrada de sons e silêncios que ouvimos é uma obra musical?   
     Certamente não! seriam sons não musicais, ruídos. 

- E o que diferencia a música dos sons não - musicais? 
      
     Chegamos então a um ponto chave na compreensão do conceito: É possível fazer música batendo ritmicamente numa lata de lixo? o "sim" ou o "não" já não nos aparece de forma tão segura... há quem responda "não, pois a lata de lixo não tem uma altura (nota) definida, o que a torna um ruído!". Mas, será que todos os intrumentos musicais a tem? O timpano, a caixa de uma bateria e outros instrumentos percussivos têm alturas definidas? Não, não têm! 

- Então, o que diferencia o ruído do som musical sem altura definida? 

A resposta seguinte é o divisor de águas no entendimento do que é música: intenção!
     Sim, qualquer material pode ser utilizado para fazer música, desde que o som seja obtido de forma a causar uma impressão artística no ouvinte e não como mero acaso (ao esbarrar em um violão, o som produzido não é música, somente por ter saído de um instrumento músical!). Portanto, a reposta para o questionamento de Schaffer é:

Música é uma organização de sons (ritmo, melodia, etc.) e pausas, com a intenção de ser ouvida como arte!

Obs.: O tema é bastante extenso, portanto, vamos evitar ramificá -lo em conceitos de como perceber a arte, o que é cultura, etc. Por ora, vamos nos concentrar somente na definição acima.

 
     Ouça a peça abaixo. Veja se você a reconhece:
 


    Ora! todos nós conhecemos esta melodia! é a Marcha Turca, de Mozart. Porém, tendo em vista que o pianista utiliza-se das duas mãos para tocar e somente uma faz a melodia, podemos questionar: o que está tocando a outra mão? Ouça de novo, desta vez, tente captar todos os sons da música (observar as mãos do pianista facilita a assimilação). Agora ouvir já parece ser um pouco mais complicado, não? Se ainda estiver ouvindo, pause o vídeo: você ouve algum som  (carros, barulho de vento, árvores, tv, o cooler do computador trabalhando, ar condicionado, o som da sua respiração, etc.)? Você os estava ouvindo ao começar a ler esta matéria?
    Pode parecer estranho, mas imagine uma pessoa que vê tudo desfocado e em preto-e-branco: essa é, comparativamente, a forma como uma pessoa não educada musicalmente ouve. É lógico que nunca admiraremos a beleza do verde de uma grama ao vermos em preto-e-branco, do mesmo jeito que não veremos a riqueza de detalhes na casca de uma árvore ao vermos embaçado.
     Temos facilidade de enxergar várias informações, como a poluição de cores de um centro urbano com facilidade, pois fomos treinados para isso. Leituras, trabalhos visuais com colagens, desenhos, etc. são constantes na educação. Assim, uma criança com poucos anos já distigue dois tons de vermelho e, facilmente, aponta qual o mais escuro, qual o mais "vivo", etc. Vemos o mundo, no entanto, não o ouvimos, acabamos involuntariamente nos acostumando a escutar seletivamente, e ignorar todo o resto.
     Vamos levar nosso treino auditivo um passo adiante. A seguir, temos a Invenção à Duas Vozes, em C maior, de Johann Sebastian Bach. Tente Acompanhar as duas melodias que ocorrem ao mesmo tempo:






     Um pouco mais complicado, não é? Tentamos expandir nossa audição, equanto esta parece resistir e focar em uma só melodia. Imagine agora ouvir violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, flautas, clarinetes, oboés, fagotes, trompetes, trompas, trombones, tubas e etc. fazendo melodias diferentes ao mesmo tempo. Interessou? Então, clique aqui e ouça uma música - tutorial para orquestra, altamente recomendada para os que querem entender melhor como a música erudita funciona e treinar sua audição.
     Chegamos, portanto, a conclusão de que, musicalmente falando, a música tida como "ruim" é, meramente, a música "simples", tão artística quanto a mais elaborada das peças musicais, mas feita com pouca informação sonora, para que ouvidos não tão exigentes possam apreciar. Para um músico, que está em contato constante com o som, uma música pobre é como um quadro uniformemente verde. Não há muito para se extrair dela. Já estilos como o Jazz, Rock, Chorinho, Música Erudita e etc. são ricos em informações e, quando apreciados em sua totalidade sonora, emocionam e elevam muito mais os ouvintes. 
    

- E porque só as músicas simples têm letra ruim?
 
     Isso não é verdade, existem letras horríveis em músicas magnificamente ricas, porém, as músicas simples são mais fáceis de ganhar o apreço das massas, que não possuem educação musical e, portanto, tais músicas são "alvos mais fáceis".

Tal fenômeno pode ser verificado se olharmos os seguintes fatos:
     

1) O Rap, o Punk e o Reggae são exemplos de estilos que surgiram de classes pobres, que não possuíam educação musical e, na maioria dos casos, visavam divulgar uma mensagem politizada nas letras de suas músicas, não precisando, portanto de uma música complexa para tal. Por terem conteúdo musical de fácil assimilação, foram, em parte (felizmente, encontramos grande resistência à massificação, que permanece sincera, sendo responsável pelo crescimento da música independente), moldados pela mídia. Eis o que aconteceu com tais partes destes estilos após sua industrialização:

- O Rap industrializado ostenta carros, medalhões do tamanho de um relógio de parede, mulheres semi-nuas dançando e letras extremamente pornográficas.
- O Punk industrializado virou emo, esqueceu a anarquia dos Sex Pistols e a mensagem que divulgavam. Agora, prefere falar de amor e corações adolescentes partidos.
- O Reggae industrializado virou o hit de surfistinhas e playboys. Também ignoram as mensagens politizadas de Bob Marley, The Gladiators, Steel Pulse e cia.

2) Um dos outros estilos populares que surgiram foi o Jazz. O que aconteceu com ele?

- Nada! Por ser um estilo com muita informação sonora, o jazz não conseguiu ser afetado e industrializado. Permanece sincero e atemporal (como o Blues, o Chorinho, o Frevo, etc.), como toda música rica deve ser.

- Porque apreciar tanto a música de fora? escuto a música daqui porque a entendo! 


     Será que a música que você escuta é daqui somente por ser cantada em português? Será q a música de Jota Quest, por exemplo, é brasileira, ou o pop rock é americano?
Será que entender a letra de uma música é entendê-la por inteiro? Será que, sequer, uma música precisa de letra para ser música? O Chorinho, o Frevo, o Xote, a MPB e o Samba de Raíz são exemplos magníficos de música
genuinamente brasileira, que devem ser ouvidas com orgulho!
 
 - Mas eu vou para um show para dançar!

  
     Exato! exatamente pela música e pela audição simples da platéia, a música parece ser mais "dançante", quando na verdade, são simplesmente mais fáceis de entender. Tome como exemplo a música Techno, que é, basicamente uma batida grave constante. Ao movermos o corpo, temos a sensação de já estarmos dançando. Tome agora o Samba como exemplo, que é bem mais rico e pense: "É tão fácil dançar Samba quanto é dançar techno?" Não, pois um ouvido mal preparado pode não entender aquilo que ouve, dificultando os passos em sincronia com a música. Esta é a razão pela qual vemos cursos de Jazz, Ballet (que dança, dentre outros estilos, a Música Erudita), Tango, etc. Para que possamos entender melhor o ritmo e, assim, dançarmos. 

- E como desenvolver a audição?
  
     Ouvir, e não meramente escutar! ouvir criticamente, tentar coletar o máximo de informação sonora, seja com música ou, por exemplo, em um ônibus cheio de passageiros e ruídos. 

- Mas se eu ouvir tudo, vou enlouquecer! 

     Não, não vai. Podemos assimilar muito mais do que pensamos que somos capazes. No entando, o fato traz a tona os resultados de pesquisas recentes: a grande maioria das pessoas no mundo perdem a fala e a audição por falta de educação auditiva!        
     Constantemente, os sons ultrapassam a barreira de decibéis para que possam ser ouvidos sem danificar a audição. Como consequência, não é raro encontrarmos pessoas gritando umas para as outras na rua, por não se escutarem.
 

- E para que estudar os sons em um mundo que já é tão barulhento? 

     Porque é estudando os sons que iremos aprender que o mundo pode ser bem mais silencioso. É por essa razão que a música é matéria obrigatória em vários países desenvolvidos (e para minha extrema surpresa, o techno - forrozeiro Frank Aguiar (AU!) trouxe esta obrigatoriedade para as escolas brasileiras, que já estão em fase de adaptação), pois servem não somente como arte, mas como elemento de desenvolvimento deste importante sentido que vem sido ignorado a tanto tempo!
     Ainda irá demorar, mas um dia, o Brasil, país das diversidades e dono da cultura mais linda do mundo, vai aprender a escutar a verdadeira música, sem influências, sem barreiras, sem rótulos e sem prazo de validade...pura e simplesmente arte.

8 comentários:

AAAAAAAU!
Super oportuno e interesante seu texto, Leo... Aliás, devo dizer, você escreve muito bem! Eis um tema que, infelizmente, ainda não é tão explorado na educação brasileira e que envolve um estudo fenomenológico muito apurado. Indústria cultural é uma merda, viu... Como Umberto Eco expôs, ela deglute as emoções e as entrega prontas para que a massa as consuma, sem dar a chance de cada um produzir suas próprias emoções. Tenso!

Bixo, impressionante tudo isso. O simples que nunca é notado, valorizado. To de cara com esse post. Muito irado. Continue o trabalho, velho. Esse blog tá iradíssimo.

Entre o punk, o emo e a música comercial existe um mundo de coisas que você não falou. A história do punk não é tão simples assim, a maioria das bandas ainda são ativas politicamente, a diferença é que o que chega no mainstream sobre o punk geralmente é o que de pior tem se produzido. A história do emo é bem mais longa do que as pessoas normalmente conhecem, tem um post no site da popfuzz que explica direitinho a história e tal, de resto, tá massa

Então Smihr, na verdade existe um mundo de coisas entre cada um dos estilos citados acima, o Reggae tem uma história altamente complexa e uma cena politizada incrível, inclusive aqui em Maceió. O que foi colocado acima é meramente uma análise do poder que as músicas mais simples têm para serem moldadas pela indústria fonográfica, de um modo geral. Pretendo em breve fazer posts sobre a história de vários gêneros musicais, suas ramificações e td mais! =)

Cara, discordo de alguns pontos ai:

- Acho que qualidade da música não tem nada haver com simplicidade da música: o próprio Mozart na sua época foi acusado de ter uma música excessivamente simples. Hoje é referência utilizada para falar de erudição.

- outro exemplo: Fazer rock progressivo nos anos 70! Sem dúvida algo tecnicamente complexo, mas ao mesmo tempo se tornou moda e mainstream na época.O punk, por exemplo, entre outros motivos, surge como movimento de contestação à complexidade do Progressivo "quer dizer que pra me expressar artisticamente eu preciso entrar num conservatório?". Se o problema fosse esse, se a complexidade da música impedisse que as pessoas escutassem ela, o The Dark Side Of The Moon não teria ficado 14 anos entre os albuns mais vendidos.


- O rap que vc está falando é especificamente o rap americano de um movimento conhecido como Gangasta. Acho que temoos que ir além dessa generalização ai pra conhecermos os milhões de outros movimentos do rap: saca lá o rap inglês, o francês, e no Brasil você pode ver, por exemplo, o Emicida onde podemos notar toda complexidade de letras e referências que tem sido caracterísitcas do novo rap brasileiro (pode ouvir mais: projota e Rashid)

Punk virou emo? Tem uma longa história ai no meio. Se tu quiser sacar mais tem esse texto: http://popfuzz.com.br/headline/the-decline-of-midwestern-civilization/

Jazz não foi simplficado? Chet Baker, um dos mais aclamados trompetistas da história do Jazz ficou conhecido justamente pela simplificação que ele fez do estilo ( que na época seguia num frenético desenvolvimento puramente técnico).

Que tu acha? vamos conversando!

acho que vc se confundiu, se precipitou ou ao menos passou a ideia errada ao dizer de modo (extremamente) geral que os estilos 'simples' se popularizaram e se comercializaram.
acho que vc esqueceu de considerar alguns itens na audição da música, como timbres, texturas e arranjos.
acho que vc poderia elaborar mais questões como o valor da letra no punk, no rap e no reggae. eu acredito que diferentes expressões musicais valorizam alguns aspectos musicais em relação a outros.
acho que com esses itens a relevar dá pra se fazer uma análise mais completa dessa questão, que é bem mais complexa do que foi discutido.

Fala Nando e Kayê!

Então, primeiramente parabéns pela matéria da Popfuzz sobre o punk, como falei pro Smihr, sei que existe um mundo entre cada um dos estilos citados acima e o modelo "industrializado" que foi voltado pra o consumo das grandes massas. Por isso, revisei o texto, afim de deixar claro que estou falando apenas dessa parte que, como o Smihr falou "é o que de pior tem se produzido".

No mais, vou tentar esclarescer alguns questionamentos:

"- Acho que qualidade da música não tem nada haver com simplicidade da música: o próprio Mozart na sua época foi acusado de ter uma música excessivamente simples. Hoje é referência utilizada para falar de erudição."

Na verdade, Nando, Mozart viveu numa época de estilística simples, o Período Clássico, que começa com a Morte de JS Bach (e o fim do Barroco) e acaba na Revolução das peças de Beethoven, que inicia a transição clássico/romântico. Mozart foi um gênio e frequentemente era acusado de fazer música com "notas demais", ao que respondia furioso com "tem tantas notas quanto se deve ter". Na verdade, o grande exemplo a ser seguido em estudo e Erudição é JS Bach (estudado por todos estes músicos e idealizador do sistema temperado, que moldou a música atual, tanto a popular quanto a erudita).
Quanto a idéia de que o virtuosismo é essencial para a boa música, você está confundindo um pouco a coisa! música simples é música com pouca informação sonora de um aspecto geral, macro (no espectro sonoro), virtuosismo é algo micro (só diz respeito a 1 instrumentista, não necessariamente às texturas, harmonizações, linhas melódicas e etc.). Tome como exemplo Lenine. O pernambucano é referência de uma música rica, bem elaborada, mas não é um instrumentista nem cantor virtuoso (Inclusive Lenine também atingiu o Mainstream).

"Jazz não foi simplficado? Chet Baker, um dos mais aclamados trompetistas da história do Jazz ficou conhecido justamente pela simplificação que ele fez do estilo (que na época seguia num frenético desenvolvimento puramente técnico)".

Chet Baker foi um instrumentista de cool jazz, vertente um pouco mais introspectiva, lenta e melancólica, em comparação ao Bebop. No entanto, o jazz consiste em tema, improvisação e re-exposição do tema (ou variações sobre o tema) e é na improvisação onde o músico mostra sua virtuose (que nada tem a ver com a riqueza de uma peça como um todo). O criador do Cool Jazz é ninguém menos que Miles Davis, um dos maiores virtuosos da história do jazz.
Aqui tem um artigo legal com uma breve história do Jazz, pesquise por Cool Jazz: http://www.arpeggio.com.br/Downloads/uma%20pequena%20historia%20do%20jazz.pdf

Aos questionamentos do Kayê:

"acho que vc se confundiu, se precipitou ou ao menos passou a ideia errada ao dizer de modo (extremamente) geral que os estilos 'simples' se popularizaram e se comercializaram".

Obrigado pela dica! vi que, realmente, estava passando a idéia errada de uma totalidade, me expressei equivocadamente e reeditei o texto, frisando que isso se refere somente a uma parte do que vem sido produzido.

"acho que vc esqueceu de considerar alguns itens na audição da música, como timbres, texturas e arranjos".

Cara, mas é disso que estamos falando, quantidade de informação como um todo (ritmos, melodias, timbres, texturas de espectro sonoro, harmonizações e etc.), não de virtuosismo! No meio da matéria tem um link para uma peça chamada o Guia dos Jovens para a Orquestra, escute (de preferência, de fone de ouvido e tente capturar esses elementos!)

"acho que vc poderia elaborar mais questões como o valor da letra no punk, no rap e no reggae. eu acredito que diferentes expressões musicais valorizam alguns aspectos musicais em relação a outros".

Entendo que a letra é algo valiosíssimo nos 3 estilos citados acima (aliás, considerando somente as letras, são estilos de uma riqueza artística que impressiona). Porém, como foi dito na matéria, o foco do treinamento auditivo está na assimilação de sons, sejam musicais ou não! nesse caso, o que entra em análise é a melodia vocal atuando como um instrumento, apenas isso. A letra entra na matéria quando se fala de industrialização da música, porque, para os ouvidos despreparados, a letra é o único fator emocional em uma música (que não o é!). Portanto, o Rap, Punk e Reggae surgem com letras incrivelmente elaboradas e politizadas (como fã de Bob, tenho que puxar sardinha pras letras dele), mas que são cantadas em músicas simples. Afinal, como o Nando postou:
"quer dizer que pra me expressar artisticamente eu preciso entrar num conservatório?"

NÃO! não precisa, só precisa ser sincero e criar sua arte, simples ou complexa, mas verdadeira. A Educação Auditiva, no entanto, deve ser uma preocupação constante, pois lida com música e sons do nosso dia-a-dia. Como diria o gênio Murray Schaffer (cujo livro "Ouvido Pensante" recomendo à todos)
"Um dia, quando aprendermos a nos escutar, o mundo vai ser um lugar bem mais silencioso"

Abraços e obrigado pela matéria do Punk, tava lendo e me peguei cantarolando as músicas do Devotos, HC fodão de Pernambuco =)

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